Assim como nosso cérebro possui regiões
que cuidam de cada um dos gostos que sentimos, ele também tem uma região
em que a especialidade é registrar gostos desagradáveis, que provocam
nojo. A culpa disso tudo é da ínsula, um pedacinho do cérebro que é
afundado, como se fosse uma ilha cerebral, abaixo da superfície. Uma
parte da ínsula é especializada em avisar para o resto do cérebro quando
o estômago não vai gostar de comer alguma coisa.
A visão de algo repulsivo no seu prato,
manchas de mofo no pão, cheiro forte de carne estragada, gosto amargo…
Tudo isso é detectado pela ínsula que garante logo que da boca aquilo
não passa! Ao mesmo tempo, o cérebro se ocupada de lembrar-se de
experiências nojentas anteriores e deixa bem claro: fique longe dessa
coisa!
A cara de nojo é universal: nariz
franzido, língua para fora. Embora cada povo tenha sua lista de comidas
preferidas ou desagradáveis, pessoas em todas as culturas torcem no
nariz da mesma maneira, com a mesma careta. E se alguém faz uma cara de
nojo perto de você, seu cérebro já toma aquilo como um alerta e
certamente sua ínsula vai cuidar para que você pense duas vezes antes de
experimentar a iguaria. Sentir nojo é muito importante e funciona como
um alarme disparado pelo cérebro para que fiquemos bem longe do que pode
nos fazer mal. Já pensou se não sentíssemos nojo da carne estragada?
Não seria nada bom ingeri-la, não é mesmo?
O mais interessante é que essa parte do
cérebro, a ínsula, também é responsável por todo tipo de desgosto,
inclusive a repulsa que sentimos ao assistir a uma situação de
desigualdade, diante da violência, racismo, etc.